quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A produção de açúcar na América Portuguesa

1) Por que a escolha do açúcar para ser produzido na América Portuguesa a partir da década de 1530?

Três motivos principais:
 - O açúcar era raro e muito valorizado no mercado europeu, sendo, portanto, um produto muito lucrativo.
 - Os portugueses já tinham experiência com a produção açucareira nas ilhas atlânticas de Madeira e Açores, por eles ocupadas.
 - O clima e o solo da América Portuguesa, especialmente no Nordeste, eram favoráveis à plantação da cana-de-açúcar.  
2) A sociedade açucareira
 “Ao longo da costa brasileira – primeiro em São Vicente, Pernambuco e Bahia, depois no Rio de Janeiro e em outras áreas – foi no espaço dos engenhos que a sociedade colonial tomou forma. Essa nova sociedade era fruto da Europa medieval, a partir do conceito jurídico de estados ou ordens, com nobres e plebeus, pagãos e cristãos, cristãos-novos e cristãos velhos. Foi modificada ainda com as novas realidades americanas de etnias ou raças. A presença de índios e africanos, que tinham diferentes cores de pele, culturas, religiões e línguas, criava novas hierarquias.
  Os engenhos não erigiram essa pirâmide social, mas a reforçavam. Nessas verdadeiras indústrias, os brancos eram os donos da terra e das moendas. Os indígenas e depois os africanos eram a força de trabalho. E cabia aos brancos pobres, mulatos, mestiços e libertos os chamados ‘ofícios mecânicos’.”
 (Stuart Schwartz. “Doce lucro” IN: RHBN julho 2013.) 


terça-feira, 18 de outubro de 2016

A educação e a catequese na América Portuguesa: a ação dos jesuítas

A Companhia de Jesus foi uma das ordens religiosas de maior importância no período da colonização da América Portuguesa, desde sua chegada em 1549, até sua expulsão, em 1759. Os jesuítas só retornariam no século XIX.
Com que objetivo vieram os primeiros jesuítas para estas terras? A principal tarefa destes religiosos, em solo brasileiro, era a de catequizar os indígenas, e propagar a fé católica na América. Era importante para a Igreja Católica estar presente na América desde o início da colonização, para que recuperasse os fiéis que perdera com a Reforma, e para estabelecer seu poder no Novo Mundo.

Vamos ler o trecho a seguir, retirado da Carta de Pero Vaz de Caminha:

“Parece-me gente de tal inocência que (...) seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. (...) O melhor fruto que desta terra se pode tirar parece-me que será salvar esta gente.”



A “gente de tal inocência” a que Pero Vaz de Caminha se refere são os indígenas. A visão dos europeus em relação aos indígenas era de que estes eram como “folhas em branco”, que deveriam ser “preenchidas” com a fé católica.
A intenção de catequizar os indígenas fica clara nas palavras de D. João III, rei de Portugal, para o primeiro governador-geral da América Portuguesa, Tomé de Souza, que chegou em 1549 a estas terras:

“O principal motivo que me levou a colonizar o Brasil é converter os povos que lá vivem à nossa santa fé católica.”


A ação dos jesuítas na América Portuguesa

Os jesuítas chegaram à América Portuguesa junto com o primeiro governador-geral, Tomé de Souza, em 1549. Eram seis religiosos, liderados pelo Padre Manuel da Nóbrega. Logo que chegou, Tomé de Souza fundou a cidade de Salvador, onde se localizaria a sede do Governo-Geral.
                Foi em Salvador que os primeiros jesuítas começaram a agir na colônia. Atuavam, a princípio, em pontos determinados do litoral brasileiro. Em Salvador se instalaram as primeiras “escolas de ler e escrever”, que eram um meio de catequizar os indígenas e de ensinar a eles e aos colonos mais pobres a ler, escrever e contar (matemática simples). É preciso estar atento ao fato de que aprender a ler, escrever e contar era importante para a própria realização da catequese.
Depois de se estabelecerem em Salvador, os jesuítas se dirigiram a São Vicente; assim, as capitanias da Bahia de Todos os Santos, e de São Vicente, foram os primeiros núcleos de ação da Companhia de Jesus na América Portuguesa.
                Para facilitar a catequese, os jesuítas aprenderam a língua dos indígenas, e criaram a Língua Geral, que era uma mistura da língua portuguesa com a língua tupi-guarani, e, ainda, algumas palavras do espanhol. Esta língua ficou sendo usada na comunicação entre os jesuítas e os indígenas, e acabou se tornando a mais falada na América Portuguesa.       
                Algum tempo após a criação destas escolas, começou a haver o aldeamento dos indígenas, que foram, assim, separados dos colonos pobres – com quem estudavam nas “escolas de ler e escrever”. Estes aldeamentos, chamados de “missões” ou "reduções", levaram os jesuítas para o interior da América Portuguesa, com o objetivo de transmitir para os indígenas os costumes europeus e a fé católica, atendendo, com isso, às necessidades da colonização. 
                Havia, além das “escolas de ler e escrever” e das missões, os colégios, em que estudavam os filhos da elite colonial, com o objetivo de mantê-los como classe dominante, e preparar os futuros missionários jesuítas. Nestes colégios, ensinava-se principalmente gramática, latim e Filosofia. 

Gabarito - exercícios do caderno e E.D. questão 1 (4º bimestre)

ATIVIDADES DO CADERNO 
(semana de 03 a 07 de outubro)

Parte I – O período de 1500 a 1530
1) A principal atividade econômica realizada pelos portugueses na América neste período era a extração de pau-brasil.
2) Escambo é uma troca de produtos.
3) O escambo praticado entre portugueses e indígenas consistia na troca de pau-brasil, extraído e cortado em toras pelos indígenas, por produtos como instrumentos de metal, colares de contas, espelhos, etc., trazidos pelos portugueses.

Parte II – O início da colonização da América Portuguesa em 1530
1) A Coroa Portuguesa enviou a expedição de Martim Afonso de Sousa para tentar dar início à colonização das terras da América Portuguesa.
2) Os objetivos mais específicos de Martim Afonso de Sousa eram a expulsão dos franceses que exploravam o pau-brasil no litoral americano, fundar núcleos de povoamento e tentar explorar as terras da América Portuguesa, em busca especialmente de metais preciosos.

ESTUDO DIRIGIDO – 4º BIMESTRE
1) a) Portugal não se interessou pela colonização da América no período de 1500 a 1530 porque os portugueses estavam concentrando seus esforços e recursos financeiros no comércio com o Oriente, que era muito lucrativo; além disso, não foram encontradas, a princípio, evidências da existência de metais preciosos nas terras da América Portuguesa, o que desestimulou a colonização deste local.
b) Brasileiros eram os portugueses que estavam envolvidos na atividade de extração e comércio de pau-brasil.
c) A Coroa Portuguesa iniciou a colonização de suas terras americanas em 1530 porque o comércio com o Oriente, devido à concorrência de outros povos europeus, deixou de ser tão lucrativo quanto antes para os portugueses. Outro motivo foi a constante presença de outros povos europeus, especialmente franceses, no litoral da América Portuguesa, em busca de pau-brasil, ameaçando a posse portuguesa destas terras.



Gabarito - exercícios do caderno e E.D. questão 1 (4º bimestre)

ATIVIDADES DO CADERNO 
(semana de 03 a 07 de outubro)

Parte I – O período de 1500 a 1530
1) A principal atividade econômica realizada pelos portugueses na América neste período era a extração de pau-brasil.
2) Escambo é uma troca de produtos.
3) O escambo praticado entre portugueses e indígenas consistia na troca de pau-brasil, extraído e cortado em toras pelos indígenas, por produtos como instrumentos de metal, colares de contas, espelhos, etc., trazidos pelos portugueses.

Parte II – O início da colonização da América Portuguesa em 1530
1) A Coroa Portuguesa enviou a expedição de Martim Afonso de Sousa para tentar dar início à colonização das terras da América Portuguesa.
2) Os objetivos mais específicos de Martim Afonso de Sousa eram a expulsão dos franceses que exploravam o pau-brasil no litoral americano, fundar núcleos de povoamento e tentar explorar as terras da América Portuguesa, em busca especialmente de metais preciosos.

ESTUDO DIRIGIDO – 4º BIMESTRE
1) a) Portugal não se interessou pela colonização da América no período de 1500 a 1530 porque os portugueses estavam concentrando seus esforços e recursos financeiros no comércio com o Oriente, que era muito lucrativo; além disso, não foram encontradas, a princípio, evidências da existência de metais preciosos nas terras da América Portuguesa, o que desestimulou a colonização deste local.
b) Brasileiros eram os portugueses que estavam envolvidos na atividade de extração e comércio de pau-brasil.
c) A Coroa Portuguesa iniciou a colonização de suas terras americanas em 1530 porque o comércio com o Oriente, devido à concorrência de outros povos europeus, deixou de ser tão lucrativo quanto antes para os portugueses. Outro motivo foi a constante presença de outros povos europeus, especialmente franceses, no litoral da América Portuguesa, em busca de pau-brasil, ameaçando a posse portuguesa destas terras.



terça-feira, 11 de outubro de 2016

Exercícios passados no caderno na semana de 03 a 07 de outubro

Parte 1: O período de 1500 a 1530 na América Portuguesa

1) Qual era a principal atividade econômica realizada pelos portugueses na América entre 1500 e 1530?

2) O que é escambo?

3) Como era a prática do escambo na América Portuguesa entre 1500 e 1530?


Parte 2: O início da colonização da América Portuguesa (pós 1530) 

Consultando a página 234 de seu livro, responda:

1) Por que a Coroa Portuguesa enviou a expedição de Martim Afonso de Sousa à América Portuguesa?

2) Quais eram os objetivos, ou missões, específicas da expedição de Martim Afonso de Sousa na América Portuguesa?

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

O período de 1500 a 1530 na América Portuguesa: pau-brasil e escambo

   Os primeiros tempos de presença portuguesa na América, período entre 1500 e 1530, foram marcados pelo desinteresse de Portugal de colonizar estas terras. Os motivos para isso eram dois: 1) não havia evidências na América Portuguesa da existência de metais preciosos nestas terras, e 2) Portugal estava investindo seus maiores esforços e investimentos financeiros no comércio com as Índias, que, na época, se mostrava muito lucrativo.  
   Entre 1500 e 1530, havia basicamente uma atividade econômica sendo desenvolvida pelos portugueses na América: a extração de pau-brasil. Para a obtenção de pau-brasil, os portugueses estabeleceram uma relação de escambo com os indígenas. O escambo é definido, de forma geral, como uma troca, uma permuta.  
   Na troca realizada com os indígenas, os portugueses tinham um interesse comercial muito claro: o pau-brasil era valioso na Europa, para tingir tecidos na cor vermelha. Para os indígenas, havia um interesse nos instrumentos de metal trazidos para eles pelos portugueses, pois estes instrumentos facilitavam algumas tarefas cotidianas destes indígenas. No entanto, não podemos dizer que o escambo praticado pelos portugueses e indígenas era uma “troca justa”, já que, na verdade, para os portugueses, que conheciam o valor comercial do pau-brasil, esta troca era extremamente vantajosa e lucrativa, enquanto seus gastos com ela eram muito pequenos. Além disso, devemos lembrar que valores comerciais eram inexistentes para os indígenas daquele período.    
   O escambo na América Portuguesa não se limitou ao século XVI, nem à atividade de extração de pau-brasil. Ele permaneceu, a partir de 1530, como uma forma de obtenção de escravos indígenas para os portugueses. A troca continuava sendo realizada entre indígenas e portugueses. Estes passaram a fornecer, em troca dos cativos, armas de fogo e pólvora, além de cavalos e espadas, ou seja, tudo que facilitava a vitória de uma tribo sobre outra em guerras que renderiam escravos para os portugueses.   

    As feitorias: 
   Entre 1500 e 1530, a presença portuguesa na América se limitou a feitorias construídas ao longo do litoral. As feitorias eram como armazéns, onde ficavam as toras de pau-brasil até que os navios as pegassem para levar para Portugal; além disso, ficavam ali também armas e alimentos. 
   Lembre-se de que os portugueses já haviam construído feitorias em outro continente: na África, durante o século XV, conforme iam explorando a costa africana e estabelecendo relações comerciais com os povos que ali viviam.